Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/João_Batista_de_Figueiredo_Tenreiro_Aranha
João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha (Belém, 23 de junho de 1798 — Belém, 19 de janeiro de 1861) foi um político brasileiro e primeiro presidente da província do Amazonas de 1 de janeiro de 1852 a 27 de junho de 1852. Filho do poeta Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha e de Rosalina Espinosa Solkman Tenreiro Aranha. Bento de Figueiredo exercia, em Belém, o cargo de escrivão vitalício da Alfândega, falecendo a 25 de novembro de 1811 e deixando Tenreiro Aranha com apenas 13 anos. Rosalina ficou na pobreza, contando somente com o sítio Memória, resultado daí o apelido do menino de João da Memória. Com 14 anos Aranha prestou exame de matemática, além de se sair bem em aritmética, contabilidade e escrituração mercantil no Liceu Paraense. Embarcado, na qualidade de escrivão, a bordo de uma escuna, numa de suas viagens, chegou ao Rio de Janeiro, onde pleiteou o emprego que o pai ocupara, pois a lei mandava dar preferência, por morte do serventuário, ao filho mais velho, quando competente, mas a vaga lhe foi negada. Decepcionado, largou o trabalho de escrivão e a escuna, voltando a Belém onde conseguiu o cargo de escrevente da Junta da Fazenda Real, em 1815. Em 1818, alistou-se no Esquadrão de Cavalaria, criado e organizado naquele ano pelo conde de Vila Flor, capitão-mor da capitania, na capital paraense. No Esquadrão foi de sargento a alferes, posto este confirmado por D. João VI. Após 1822, a sociedade paraense se dividiu politicamente, parte contra a independência do Brasil; outra, a favor. Nessa ficou Tenreiro Aranha exonerando-se das funções de alferes e tendo resolvido, então, fundar um estabelecimento agrícola na Ilha de Marajó, quando foi convidado a ocupar o cargo de escriturário da Junta da Fazenda. Já estava casado com Emília Portal de Carvalho. Devido às suas preferências políticas, que ele tornava públicas através dos jornais, começou a ser perseguido e escreveu: - Escapei de ser preso nessa ocasião, por haver quem por mim se interessasse junto ao poder despótico de Villaça, contudo era sempre apontado e vivia em risco por ter escrito e publicado algumas idéias a favor da causa do Brasil no Periódico Paraense, e sustentado com energia a eleição na Câmara - Por duas vezes, teve de fugir em pequeno barco à vela e a remo, para São Luís do Maranhão, com sacrifício de saúde e dinheiro, a fim de não cair nas garras dos seus adversário. Em 16 de novembro de 1831 foi reintegrado nas funções de escrivão da Mesa Grande da Alfândega e depois administrador da Mesa de Estiva, onde ficou até 1836, sempre servindo, devido ao seu conhecimento da coisa pública, em várias comissões de importância como as de comercio, industria, navegação e política. Ainda em 1832, sofrendo novas perseguições políticas, refugia-se nos Estados Unidos e depois no Rio de Janeiro, voltando a Belém em 1834. Já como inspetor da Alfândega, foi demitido e mandado ser preso pelo general André, em março de 1838 e posto em liberdade em 20 de maio, desde que seguisse par ao Rio de Janeiro a fim de responder a processo, o que ele obedeceu. Dois meses depois, porém, quando seguia para o Rio a bordo da charrua Carioca, soube que o processo contra ele deram em nada e fora novamente nomeado pela Regência como inspetor da Alfândega do Pará. Volta para Belém. De 1840 a 1849, Tenreiro Aranha foi ininterruptamente eleito deputado provincial. Nas legislaturas de 1848 e 1849, serviu na Assembleia Geral, como deputado pelo Pará, que, então, compreendia o Amazonas. De todos os benefícios que prestou, nas duas Assembléias, são incomparáveis, pelo seu alcance político e econômico, o da elevação do Amazonas à categoria de província e do estabelecimento da navegação a vapor no Amazonas, este, apoiado por Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá), criador e incorporador da Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas. Sobre o fato, em 7 de novembro de 1849, apresentou a seguinte indicação: Indico que se dirija uma representação à Assembléia Geral legislativa, para que a Comarca do Alto Amazonas seja elevada à sua antiga categoria de Província. Afinal, em 1850, foi criada a Província do Amazonas, por Lei no. 582, de 5 de setembro, sendo Aranha nomeado seu primeiro presidente por decreto imperial de 7 de junho de 1851. A bordo do vapor Guapiassú, chegou a Manaus a 27 de dezembro de 1851, sendo recebido com festividade pela diminuta população da capital. Levava numerosas pessoas, algumas das quais para seus auxiliares. A 1º. De janeiro de 1852, na Câmara Municipal, em sessão extraordinária e solene, assumiu o governo, instalando a província. Presidente da nova província, e ainda Deputado Geral, teve que descer a Belém numa canoa e dela seguir em navio para o Rio de Janeiro, para tomar parte do plenário da Assembleia, onde pretendia conseguir apoio para o seu governo, passando o cargo para o vice-presidente Manuel Gomes Correia de Miranda, em 27 de junho de 1852. Iniciou seu trabalho como dirigente do Amazonas regulamentando os serviços públicos, baixando instruções para a arrecadação, fiscalização e escrituração das rendas provinciais. Adotou o regulamento da Instrução Pública do Pará, enquanto elaborava outro mais adequado, e criou as repartições necessárias. Mandou explorar alguns rios, cuidando da sua navegação. Tratou da catequese dos índios e da colonização. Arrumou um prédio para o Palácio do Governo e mandou fazer uma nova cadeia, além de começar a criar um núcleo de colonização agrícola e fabril. Doente, regressou a Belém para se tratar quando a 31 de dezembro daquele ano recebeu o decreto de sua exoneração como presidente do Amazonas. Reelegeu-se ainda para a Assembleia Provincial do Pará de 1856 a 1859 e, depois, tentou se candidatar ao Senado, mas, numa lista tríplice enviado ao governo, foi escolhido Domingos Ferreira Pena. Aos 60 anos recolheu-se a vida privada. Dizem que enlouqueceu, vinda a falecer, vítima de um incêndio que irrompeu em seu dormitório, num subúrbio de Belém, em 19 de janeiro de 1861. A cidade Presidente Figueiredo (AM) foi assim batizada em sua homenagem.
Title | Translated | Classification | Year |
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Beginning year | Ending year | Description |
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1822 | 1822 | Independência do Brasil |
1789 | 1799 | Revolução Francesa |
1792 | 1792 | Inconfidência Mineira: enforcamento de Tiradentes, em 21 de abril |
1852 | 1852 | Inauguraçao das primeiras linhas telegráficas do Brasil |
1861 | 1861 | Brasil e Inglaterra rompem relações diplomáticas |
1861 | 1861 | O Paraguai declara guerra ao Brasil - Solano Lopes invade o Mato Grosso |
1824 | 1824 | Política: D. Pedro I outorga a primeira Constituição brasileira |
1825 | 1825 | Portugal e Inglaterra reconhecem a independência do Brasil |
1808 | 1808 | Brasil Colônia: chegada da família real portuguesa ao Brasil |
1808 | 1808 | Economia: abertura dos portos brasileiros ao comércio livre |
1815 | 1815 | Brasil Colônia: o Brasil é elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves |
1823 | 1823 | Conflito: Guerra da Independência na Bahia |
1835 | 1845 | Período Regencial: Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul |
1831 | 1831 | Abdicação de D. Pedro I |
1833 | 1833 | Criação da Companhia Dramática Nacional |
1840 | 1840 | Golpe da Maioridade de D. Pedro II |
1842 | 1842 | Revolução Liberal em São Paulo e Minas Gerais |
1848 | 1848 | Rebelião Praieira em Pernambuco |
1850 | 1850 | A Lei Eusébio de Queiroz extingue o tráfico negreiro |
1831 | 1840 | Período Regencial no Brasil |
1834 | 1834 | Cultura: criação do Teatro Nacional |
1838 | 1838 | Fundação do Instituto Histórico e Geográfico |
1854 | 1854 | Inauguração da primeira estrada de ferro do Brasil |
1831 | 1838 | Período Regencial: Revoltas populares no Período Regencial |
1808 | 1808 | Criação da Imprensa Régia no Brasil |
1855 | 1855 | Início da carreira literária de Machado de Assis |
1840 | 1889 | Segundo Reinado - D. Pedro II governa o Brasil |
1850 | 1870 | Apogeu do Império no Brasil |
1848 | 1848 | Publicação do Manifesto Comunista |
1857 | 1857 | Cultura: Flaubert publica Madame Bovary |
1859 | 1859 | Ciência: Darwin lança A Origem das Espécies |
1824 | 1824 | Confederação do Equador |
1826 | 1826 | Política: instalação da primeira Assembléia Geral Brasileira |
1834 | 1834 | D. Pedro I morre em Lisboa |
1834 | 1834 | Período Regencial: Revolta da Cabanagem, no Pará |
1837 | 1837 | Período Regencial: Revolta da Sabinada, na Bahia |
1838 | 1838 | Período Regencial: Revolta da Balaiada, no Maranhão |
1845 | 1845 | Morse inventa o telégrafo elétrico |
1850 | 1850 | Criação da província do Amazonas |
1825 | 1828 | Conflito: Guerra Cisplatina |
1851 | 1852 | Conflito: Guerra contra Rosas e Oribe |
1861 | 1865 | Guerra da Secessão nos Estados Unidos |
1807 | 1807 | Pressão francesa para ruptura da aliança entre Portugal e Inglaterra |
1807 | 1807 | Invasão de Portugal por tropas de Napoleão |
1808 | 1808 | Cultura: instalação da Biblioteca Real no Hospital da Ordem Terceira do Carmo, Rio de Janeiro |
1808 | 1808 | Fundação do Arquivo Nacional |
1811 | 1811 | Cultura: inauguração da Biblioteca Real no Rio de Janeiro |
1820 | 1820 | Revolução do Porto |
1821 | 1821 | Regresso de D. João VI a Portugal |
1821 | 1821 | Abolição da Inquisição portuguesa apesar da manutenção da censura |
1821 | 1821 | Regulamentação da liberdade de imprensa no Brasil |
1828 | 1828 | Criação do Supremo Tribunal |
1850 | 1850 | Inauguração da linha de vapores do Rio de Janeiro para a Europa |
1861 | 1861 | Rompimento de relações entre Brasil e Inglaterra (Questão Christie) |
1808 | 1808 | Economia: permissão da instalação de fábricas e manufaturas no Brasil (1 de abril) |
1810 | 1810 | Cultura: decreto de regulamentação do teatro no Brasil |
1814 | 1814 | Proibição da posse e leitura das Fábulas de Jean de La Fontaine, traduzidas por Francisco Manuel do Nascimento |
1817 | 1817 | Proibição da circulação em Portugal e seus domínios do jornal Correio Braziliense, de Hipólito José da Costa |
1818 | 1818 | Compra da biblioteca do arquiteto José da Costa e Silva pelo governo português e sua incorporação à Biblioteca Real (RJ) |
1821 | 1821 | Abertura, no Rio de Janeiro, da Tipografia de Moreira Garcez e da Nova Oficina Tipográfica, quebrando o monopólio da Impressão Régia no Brasil |
1825 | 1825 | Os governos de Buenos Aires e britânico firmam um tratado contra o tráfico de escravos |
1841 | 1841 | Os governos de Buenos Aires e britânico firmam um tratado contra o tráfico de escravos |
1841 | 1841 | El Salvador se constitui em república unitária e independente das outras repúblicas da América Central |
1843 | 1843 | Começa o estado de sítio de Montevidéu, com as tropas do Governo de Rosas |
1852 | 1852 | Conflito: Batalha de Monte Caseros (Argentina). General Urquiza derrota o presidente Rosas |
1794 | 1794 | A Convenção Francesa aprova a abolição da escravidão em suas colônias |
1816 | 1816 | Toda família Bonaparte é afastada da França por lei do governo francês |
1827 | 1827 | O Peru, que fazia parte da Colômbia, declara a sua independência |
1857 | 1857 | 08/03 - ataque incendiário da polícia causa morte de 129 operárias americanas, na fábrica Cotton, em Nova York. Na data, foi instituído o Dia Internacional da Mulher. |
1844 | 1844 | Segundo Reinado: D. Pedro II anistia os líderes da revolução de 1842 |
1500 | 1822 | Período Colonial no Brasil |