Poeta (trovador galego ou português, deixou 54 composições). O sítio Cantigas medievais galego-portuguesas traz: "Trovador português, natural de Guilhade, lugar da freguesia de Milhazes (Barcelos), e documentado no segundo e terceiro quartéis do século XIII. A referência mais antiga que dele possuímos é a de um documento, datado de 1239, em que testemunha uma doação feita à Sé do Porto por D. Elvira Gonçalves de Toronho, na época já viúva do trovador D. Garcia Mendes d'Eixo. Deste facto depreende Resende de Oliveira que João Garcia de Guilhade deveria ser um dos cavaleiros ao serviço da importante linhagem dos Sousa, o que parece, de resto, confirmar-se pelo facto de o seu nome surgir ao lado do do conde D. Gonçalo Garcia de Sousa (filho de D. Elvira e também trovador) nas Inquirições de 1258.
Pelas suas composições se depreende que teria frequentado a corte castelhana de Afonso X, talvez acompanhando o percurso inicial de D. Gonçalo de Sousa, ou mesmo de seu irmão, D. Fernão Garcia Esgaravunha (percurso, em ambos os casos, algo obscuro nesta fase). Ainda segundo Resende de Oliveira, deverá ter regressado a Portugal por meados do século, provavelmente a Faria (não longe de Milhazes), onde os seu filhos foram criados, segundo atestam as mesmas Inquirições, facto que, aliás, concorda plenamente com as referências a essa localidade que encontramos em duas das suas composições. Está ainda documentado na mesma região em 1270, confirmando o testamento de um Lourenço Martins, marido de uma Sancha Peres de Guilhade, provavelmente sua familiar. Embora aí figure apenas como João Garcia, como faz notar Resende de Oliveira, trata-se de um documento curioso, acrescentamos, dadas as relações, que parecem ter sido muito próximas, do trovador com o célebre jogral Lourenço. No entanto, os frequentíssimos casos de homonímia na época aconselharão alguma prudência na identificação deste Lourenço Martins com o referido jogral. O nome João de Guilhade é ainda referido nas Inquirições de 1288, a propósito da criação de um seu filho em S. Salvador de Fornelos. Não sabemos se ainda estaria vivo nesse ano, mas, a ser esse o caso, teria já certamente uma idade avançada."
Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/João_Garcia_de_Guilhade
João Garcia de Guilhade foi um trovador português, nascido em Milhazes, concelho de Barcelos. Desenvolveu a sua arte poética em meados do século XIII. Apesar de ser reconhecida a sua capacidade e mestria poética, muita da sua produção tem um carácter brejeiro. É autor de poemas mordazes e célebres, como «Ai Dona fea, fostes-vos queixar», e coube-lhe introduzir o tema dos «olhos verdes» na lírica portuguesa, com «Amigos, non poss'eu negar». As Inquirições de Afonso III assinalam-no em Viatodos. Frequentou sem dúvida a Casa dos Correias na freguesia vizinha de Monte de Fralães, como aliás aceita Costa Lopes, o seu mais autorizado biógrafo.
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